Neste blog pode ficar a conhecer melhor a história dos títulos nobiliárquicos portugueses, das respectivas famílias e algumas curiosidades. Para dar sugestões ou informações comente no blog.

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A primeira nobreza portuguesa havia-se formado a partir do reinado de Dom Afonso VI (1072-1109), Rei de Leão, com homens descendentes de fidalgos leoneses estabelecidos ao norte de Portugal, em especial entre os rios Douro e Minho. Esta era a região dos solares e dos homens mais poderosos do reino. Eles uniam fidalguia de nascimento à autoridade e ao prestígio de cargos públicos.

Eram seguidos na hierarquia, em ordem decrescente, pelos "infanções", "cavaleiros" e "escudeiros". Denominação de origem espanhola: "filho de alguém", aplicando-se aos funcionários superiores e originando a palavra "fidalgo", que, no século XIV, generalizou-se e passou a nomear todos os nobres de linhagem, designando assim a mais alta categoria da nobreza, sem dependência de cargo.

No tempo de D. Manuel I (1495-1521), por exemplo, quando foram designados os capitães da armada de Pedro Álvares Cabral que chegaram ao Brasil em 22 de Abril de 1500, a nobreza portuguesa já registrava essa ordem que datava do século XII. Os nobres integrantes da esquadra de Cabral obedeciam a essa característica, uma vez que a maioria descendia de famílias oriundas de Leão e Castela, radicadas em Portugal, já com numerosas gerações de serviço. As poucas exceções - como Bartolomeu Dias, que recebeu grau e armas transmitidos à sua descendência - demonstram a importância atribuída ao feitos nesse período dos descobrimentos.

A nobreza tomou caráter palaciano e, para receber novos graus, o agraciado precisava comprovar gerações de serviços prestados ao rei.

Foi também no reinado de D. Manuel I que foram estabelecidas regras que definiriam o uso dos graus de nobreza, bem como o uso das armas heráldicas, evitando abusos na adoção de ambos e estabelecendo os direitos da nobreza. Os nobres ficaram sujeitos ao rei e foram organizados em duas ordens, cada uma com três graus:

* "ricos -homens" (primeira ordem), que começavam como "moço fidalgo", passavam a "fidalgo-escudeiro" e chegavam a "fidalgo-cavaleiro";
* segunda ordem, em que estavam os "escudeiros-fidalgo" e "cavaleiros-fidalgo";

Apesar dos séculos XV e XVI terem sido ricos em atos de bravura e feitos heróicos, os feitos ligados aos descobrimentos não representaram acréscimo aos símbolos, atributos e novas armas no brasonário português. Poucas foram concedidas, e nem todas as mercês heráldicas foram registradas. O mesmo não ocorreu com os envolvidos nos combates, sobretudo por ocasião da ocupação do norte da África, encontrando-se maior número de brasões com atributos próprios, como a "cabeça de mouro".

A heráldica dos Descobrimentos fica restrita aos símbolos herdados de família, ligadas às localidades de origem, como a de Nuno Leitão da Cunha, com nove cunhas simbolizando o senhorio de Cunha-a-Velha, ou aos "falantes", como as cabras, dos Cabral, sem sugerir ou representar os desafios encontrados no mar e sua conquista. O brasão de Nicolau Coelho, que tem o contra-chefe ondado em prata e azul podendo simbolizar o mar conquistado, constitui a única exceção. O brasonário da armada comandada por Pedro Álvares Cabral é um retrato de sua época, com fidalgos, cavaleiros e escudeiros que nos brasões deixaram a marca familiar.

Todos os nobres eram considerados vassalos do rei.

Hierarquia da Nobreza:

A Nobreza Titulada Portuguesa tem os seguintes títulos e graus:

* Ducados Reais
** Ducado Real Hereditário (somente o Ducado de Bragança)
** Ducados Reais de Cortesia (vitalícios)
* Ducados
* Marquesados
* Condados
* Viscondados
* Baronatos

Os títulos podem ser:
* Hereditários
** De Juro e Herdade (sem limite de vidas)
** Em vidas (limite determinado de 2, 3 ou 4 vidas)
* Vitalícios

** Em vida (somente em vida do 1º titular)

publicado por Blog Real às 02:16

O meu Tio- avô Domingos de Oliveira Moraes, filho de António Joaquim de Oliveira Moraes sempre usou o anel de brazão dos Sousa Arronches. Diz a tradição familiar e que eu documentei que o meu bisavô era " filho ilegítimo de paes incógnitos" Exposto na Roda em S.João da Pesqueira. Era natural de Trevões. Segundo os meus tios-avôs e toda a família ele seria filho de um marquês dos Sousa Arronches, tal como indicava o brazão que era usado pela minha família. Curiosamente o nome de Moraes na época e no contexto histórico era o apelido do 2º Visconde de S. João da Pesqueira, Luis Maria de Sousa Rebelo de Morais que no seu solar abandonado em Soutelo ostenta o Brazão de armas dos Sousa Arronches. Deleguei à minha filha o anel de brazão e ofereci-lhe a carta de armas ou de Brazão mais a Carta de Lisonja com o lema DEFENSOR PER PULCRA COGNATIONE TRADITUS. Reconheço a delicadeza da situação mas gostaria em nome dos meus antepassados e em resgate de tal opóbrio que cobre o nascimento do meu bisavô e sem outro interesse além da dignidade moral tornal legal esta situação. Como posso proceder ?
Anónimo a 17 de Janeiro de 2018 às 11:57

Olá. Pois não sei como pode fazer.
Só agora vi o seu comentário.
Blog Real a 24 de Abril de 2018 às 19:56

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA (Visconde de).— Luiz de Sousa Vahia Rebello ilfi Moraes, 2.' Visconde de S. João da Pesqueira. Nasc. a 16 de Julho de 1817 ; Fidalgo Cavalleiro da Casa Real ; Sr. dos Morgados de Sanlo Antonio de Trovões

https://books.google.pt/books?pg=PA72&dq=Morgados+de+Santo+Antonio+de+Trov%C3%B5es&id=1i5QAQAAIAAJ&hl=pt-PT&output=texto

ANTONIO DE SOUSA MENEZES PEREIRA BRITO E MORAES, natural da Freguezia de S. Bartholomeu de Villa Viçosa, filho de José Antonio de Sousa e Menezes Pereira Brito e Moraes, Moço Fidalgo da minha Casa, e neto de José de Sousa e Menezes. Moço Fidalgo, por Alvará de 10 de Outubro de 1822. Livro 17 das M. d'El Rei D. João VI, follhas 11. ANTONIO DE SOUSA MEXIA, natural desta Cidade, filho do Desembargador Diogo de Sousa Mexia, Fidaigo da Casa de Sua Magestade, do seu Conselho, e Conselheiro da Fazenda, e neto de Bartholomeu de Sousa Mexia, que tamben foi Fidalgo, e Secretario das Mercés. Fidalgo Escudeiro, e Fidalgo Cavalleiro, por Alvará de 20 de Junho de 1746. Livro 36 das Mercés d'ElBei D. João V, follias 339.

O termo apelido não é correto, a casa Sousa, Morais, Mexia, como todas as outras eram casas e ai provo fidalgo da minha casa, como da casa de Sua Magestade.

Aqui nesta vida não é o importante ter títulos, nem nomes pomposos, eu não tenho nada disso, possuo registos de latim e sangue de rei e não preciso de saber se tenho brasão, títulos, nome, para quê ? vivemos na republica caros senhores.
joao a 2 de Julho de 2019 às 23:48

Concordo consigo. Portugal é uma aldeia quer em espaço quer em mentalidade.

Ângela a 13 de Agosto de 2022 às 11:55

continuando o meu comentário ...

Quem tem de facto pergaminhos, tem a discrição e classe de os nãos exibir aos sete ventos, não precisa.

O que mais vemos é gente a "armar-se", em apelidos e ascendentes de gabarito, quando, se se fizer uma investigação genealógica o que se constata muitas vezes é pura falsidade, quer no uso abusivo de apelidos.

Quem anda nestas antiqualhas sabe bem que desde finais do sec. XVIII muitos títulos foram vendidos à pazada (com ganhos substanciais para uma coroa indigente) e nessa onda foram emitidas imensas cartas de Brazão de Armas falsas, como aliás o reconhecido historiador e genealogista Dr. Manuel Abranches Soveral já referiu em vários artigos que escreveu em revistas da especialidade.

A lei actual só permite quatro apelidos, mas a rapaziada de nariz empinado (que pouco ou nada difere da praga do novo riquismo) resolveu colocar nos seus apelidos as duplas consoantes tt; ll; etc etc. quando nos registos dos seus anteriores ancestrais, há muito que esse uso desapareceu. Portanto, agora a praga é as duplas consoantes ou ainda o uso se nomes com escrita antiga, por exemplo "correia" agora avora-se em "corrêa" etc etc.



Ângela a 13 de Agosto de 2022 às 12:14

Pois o historiador Manuel Soveral Abraches, ele diz isso, mas também o faz e com uma agravante, inventa coisas, a Ângela, observe isto que vou publicar aqui. A casa Tavora, Ataide, Atouguia, Marchione não é Mascarenhas, Azevedo, Miguel, encerraram as suas casas em 1755 por decreto real.

E agora observe isto em latim:

Nobilissimæ gentis de Tavora militibus cincta, fequentesque Proceres ad carceres raptati fuere: Dux de Aveiro fupremus Regiae Aulæ Præfectus unacum Filio fuo Marchione de Tavora, Marchio de Tavora Senior Regii Equitatus supremus Præfectus & antea Indiarum Pro-Rex unacum Marchione Ludovico & Josepho Maria de Tavora ejus Filiis, Emanuel & Jofephus Maria de Tavora ejus Fratres, unacum Comite de Atouguia & Marchione de Alorno ejusdem Generis. Præter hos insuper custodiæ dati funt Emapuel de Souza Calharis ;


Nobiliarium Petri Com. de Barcelos nec non Salazari Historia Silvanæ domus cognovimus , descendiffe à Martino Alfonso Domino de Mortagoa, illius nepote, & fratris fui Vasci Marciniadæ in terris avitis successore, Dominos de Mortagoa, de Goubea, de Beringel & de Alcoentre Caftellanos majores Tomarenfes, Comites de Prado, nec non Marchiones de las Minas. Comes Pratensis primus Petrus de Sousa fuit , à Rege Emanuele , apud quem supremi Oeconomi munus obiit , hac dignatione mačtus ; Marchionis verò de las Minas titulo nostra ætate auctus eoque fub nomine illustratus est Franciscus de Sousa Comes de Prado, I. Marchio de las Minas, Dn. de Beringel & Cuba, Confiliarius Status in Lusitania , cui primò uxor fuit , sed sterilis, Maria Manuel de Villena Georgii Mascarennas , primi Marchionis de Montalvan gnata

Como pode ver Marchioni é muito diferente de mascarennas e o Abranches, errou grosseiramente, assumiu marchioni mascarennas, quando mascarennas vem de plebeu, de homem rico; Marchioni é Rei da Saxoniae

Rex Marchioni, quod non ambigit, quin Dux infideliter debeat sibi inimicari. Magnifico Principi Domino Th. Inclito Marchioni de landesperch 1) affini fuo Karillamo 0, Dei gratia Rex Boemie ; Marchioni de landesperch. Henricus illustris Marchio Misnensis et Orientalis, Landgravius Thuringiæ et Comes Palatinus Saxoniæ, circa annum 1263 regiones et dominatum partitus, primogenito Alberto regundam


João Felgar
João Felgar a 14 de Agosto de 2022 às 18:14

A casa de Braganza ou Brigantia foi criada quando ? qual o apelido desta casa ?

A casa de Cadaval foi extinta em 1707 como é possível hoje termos duque de cadaval ?

Ambrofio de Mello Cadavallem/ Duci , eo fine liberis vita fuméto , rurfus nupfit jameti de Mello Ludovici fratri ac fucceffori. Micbaele autem &* Aloyfia Cafimira parentibur mati funt Petrus Henricus Brigamtimur, Dux Alafomienfis , idemque Praefe&ius Praetorio, qui ammo M. DCC. LX. Olifipome caelebs obiit : joannes Carolus Brigantinus , qui fub jofepbo I. tota fere Europa laudatiffime peragrata , fummoqae in honore Regibus &Principibus habitus , anno tamdem M. DCC. LXXIX. reverfus in patriam a Maria I. Dux Alafonienfis ef? creatur , &* muper etiam $upremur Armorum Praefe&tus pro Regia Urbe &* Extremadura Provincia. joamma Perpetua Brigamtima

Duque de Cadaval D. Luiz Ambrofio de Mello; e morto efte fem filhos, fegunda vez com o Duque D. Jaime de Mello irmão do defunto, tambem sem successäo. - - Do Senhor D. Miguel, e da Duqueza de Alafões D. Luiza Cafimira nafcerão tres filhos : D. Pedro Henrique de Bragança, que foi tambem Duque de Alafões , e Regedor das Juítiças, e morreo folteiro no anno de I 7 6 o. D. João Carlos de Bragança, que depois de correr em tempo d'ElRei D. Jofé I.

Fala de ducado de Bragança hereditários muito bem, então o filho varão deve seguir a linhagem, correto. Então repare nisto se faz favor.

Sr. Infante D. Miguel sem esperança de victoria não deixa de assolar a terra, que ainda possue. Vossa Magestade Imperial tem dado a escolher aos que seguem o partido do usurpador, o perdão, ou o castigo. Com o Chefe d'esse partido tem Vossa Magestade Imperial declarado que não transigirá jámais, por ser contra a Sua Honra, e contra a dignidade da Nação. Porém, Senhor, a Honra de Vossa Magestade, e a dignidade da Nação ainda requerem mais, e Vossa Magestade Imperial não póde deixar de ouvir as suas vozes, quando mesmo estas sejam contrarias ás do sangue. O Sr. D. Miguel, como já dissemos a Vossa Magestade Imperial, foi o primeiro criminoso contra os Direitos da Rainha. Este individuo Miguel é bastardo não tem sangue de D. João VI.

Tenho uma novidade para o restante público, o meu 8 avô paterno João Vimarae ou Vimario ou Vimariae, tem um ducado perto de Braga e é vitalício criado por D. Afonso V, tem um ducado de Braganza pela casa de Saxe e além disto tem um ducado do Porto. Agora vamos aos registos.

exemplis docetur, quam caecnm, ac saevum tum fuerit inter alumnos Portenses severioris, pietatis odium, *) Recessus ille, quo d. 17 Oct. 1112. Reditns scholae Portensis Duci Vimariae in 12 annos venditi erant, 17 post annum 1722 prolongatus est usque ad Festum S. Michaël. 1733. Instrümentum redditionis datum est Portae d. 7 Octobr. 1733

Markgrafen Eckbrecht von Thüringen und Herzoge Jobann von Braganza

Vimarae alius exeadem fàmilia fucceffor eft datus, cuius nomen memoriae proditum non eft (Ifquariam nonnulli codices habent fufpicor fàlfò).Is duobus confanguinéisjnihilo fànior cüm effèt, Regis iufiü carceri eft mancipatus.

GuIMARANES, Latein. Vimario nicht weit von Braga, ist ein Herzogth

1815 Magnus Dux Vimario-Saxoniae obligationem in se suscepit sinendi, ut Borussia, si hoc e re sua esse existimet, navigabiles reddat fluvios Unstrut et Geram etiam quatenus Ducatum Vimanensem perfluant. Neque hanc navigationem Dux portoriis onerabit, neque etiam ipsam impediet ratione subditorum Regis Borussici. Art. 8. (2).

Este ultimo registo pertence ao meu 6 avô paterno Josephus II Cardinalis de Lisboa. E estes tiveram títulos e ninguém os menciona, qual o apelido da casa de Portugal, de Lancastre, de Gant?
joao a 2 de Julho de 2019 às 23:23

De acordo com essa descrição, sobre Bartolomeu Dias ... "As poucas exceções - como Bartolomeu Dias, que recebeu grau e armas transmitidos à sua descendência - demonstram a importância atribuída ao feitos nesse período dos descobrimentos."... Gostaria de saber quais são as armas e o grau transmitidos a descendência de Bartolomeu Dias, visto que meu avô e bisavô, eram ambos Portugueses, nascidos na cidade do Porto, porem imigraram para o Brasil, onde constituíram família, onde acabei nascendo. O nome de família e DIAS. Se houver direito a titulo, se esse e Hereditário,
De Juro e Herdade (sem limite de vidas) que eu acredito ser o recebido originalmente, Em vida (limite determinado de 2, 3 ou 4 vidas), ou Vitalício. Muito Obrigado !
Anónimo a 7 de Julho de 2019 às 03:37

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